Marcelo Silveira e Cristina Huggins lançam livro e exposição na Torre Malakoff
'Ouvi dizer' é um desdobramento de uma sequência de projetos interligados produzidos pela pesquisadora Cristina Huggins e pelo artista Marcelo Silveira

Exposição e livro foram produzidos por Marcelo Silveira e Cristina HugginsFoto: Ed Machado / Folha de Pernambuco
A partir das 19h desta quarta-feira (2), o artista Marcelo Silveira e a pesquisadora Cristina Huggins lançam o livro e a exposição "Ouvi Dizer". A obra é a finalização de uma sequência de projetos interligados que vêm sendo desenvolvidos pela dupla desde 2013, quando foram selecionados entre centenas de propostas enviadas de todo o Brasil para o prêmio Arte e Patrimônio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A pesquisa "Você se lembra da Escada da Felicidade?" foi o ponto de partida para o projeto "Nomes". Agora, eles trazem a público um recorte do que foi produzido nas duas etapas anteriores.
O fio condutor do projeto é a forma como a população de Gravatá,no Agreste pernambucano, se relaciona com a escada que existe no Alto do Cruzeiro e que foi construída em 1953, através da contribuição de moradores que tiveram seus nomes inscritos, como homenagem, em cada um de seus 365 degraus. "Isso foi se deteriorando, e as recuperações posteriores não mantiveram a originalidade da obra", conta Marcelo, que nasceu no município e para lá regressou há 30 anos, fundando um ateliê no Alto do Cruzeiro.
A única referência dos nomes originais é um registro em Super 8 do artista Paulo Bruscky, que em 1978 realizou um vídeo recitando os nomes da escada. "Lá era um ponto de encontro, de namoro. Ouvimos histórias lindas de pessoas que foram pedidas em casamento ou deram lá seus primeiros beijos", relata Marcelo, ele mesmo um frequentador do local desde criança.
"As pessoas mais idosas têm uma espécie de saudosismo em relação a esse espaço, enquanto os mais jovens não valorizam a escada", diz por sua vez Cristina, destacando que "o tempo transforma o significado das coisas". Durante o processo, dois dos entrevistados faleceram (inclusive dona Conceição, que se empenhou como se fosse uma pessoa da equipe e teve um papel crucial na mobilização de pessoas, levantamento fotográfico e de outros documentos, além de ter oferecido várias horas de depoimento).
FONTE: FOLHA PE
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