domingo, 8 de abril de 2018

Ataque químico deixa dezenas de mortos na Síria, dizem ONGs; governo Assad nega!




Dezenas de pessoas morreram em um suposto ataque químico em
 Douma, na Síria, afirmaram ativistas, 
equipes de resgate e médicos sírios neste domingo (8). A cidade é 
controlada pelos rebeldes e fica perto da capital, Damasco. 
O governo de Bashar al-Assad nega o ocorrido.
Um comunicado conjunto divulgado pela Sociedade
 Médica Sírio-Americana (SAMS, na sigla em inglês) 
e a Defesa Civil síria (ONG mais conhecida como
 Capacetes Brancos) cita 49 mortos.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), ONG que
 monitora a guerra civil do país, disse que ao menos 80 pessoas 
foram mortas em Douma ontem, incluindo cerca de 40 que morreram
 de sufocamento.

A acusação do suposto ataque químico, que ocorreu
 no final do sábado, partiu do grupo rebelde sírio
 Jaish al-Islam. Eles acusam o regime de Assad de
 lançar um barril-bomba com substâncias químicas 
venenosas 
contra civis em meio a uma ofensiva das forças do
 governo sírio a Douma.
Os Capacetes Brancos, socorristas ligados à
 oposição, relataram que famílias inteiras foram
 encontradas
 sufocadas em suas casas e abrigos.
O OSDH disse que não podia confirmar se armas 
químicas foram usadas no ataque. As agências de
 notícias também 
não conseguiram verificar os relatos de forma 
independente.
Douma fica no subúrbio de Damasco, na região conhecida 
como Ghouta Oriental, que vem sendo alvo do regime
 sírio por
 concentrar opositores perto da capital.

Regime sírio nega

A mídia estatal síria negou o lançamento de ataques 
químicos assim que as notícias começaram a 
circular. "Os terroristas do Jaish al-Islam estão 
em colapso e seus 
meios de comunicação estão fabricando 
ataques químicos em
 uma tentativa fracassada de obstruir 
os avanços do
 Exército Árabe Sírio", afirmou a agência de 
notícias estatal Sana.
Neste domingo, a televisão estatal síria
 informou que o governo do ditador
 Bashar Al-Assad "está pronto para iniciar 
negociações" com os rebeldes.
O governo russo também desmentiu o uso de
 armas químicas na ofensiva. "Nós negamos categoricamente essa 
informação", afirmou o general Yuri Yevtushenko, 
chefe do centro russo de reconciliação na Síria.

Reação dos Estados Unidos

Os Estados Unidos pediram à Rússia que
 retirem o apoio a Assadapós o suposto 
ataque químico. O Departamento de 
Estado dos EUA disse que relatos de vítimas 
em massa
 de um suposto ataque de armas químicas em
 Douma foram "horripilantes" e que, se 
confirmados, "exigem uma resposta
 imediata da comunidade internacional".
No Twitter, o presidente dos EUA, 
Donald Trump, 
condenou o suposto ataque e afirmou que 
a Síria pagará um preço alto. "Muitos mortos, 
incluindo mulheres e crianças,
 em um 
ataque químico absurdo na Síria. A área da 
atrocidade está cercada pelas forças sírias, 
deixando-a inacessível para o resto do 
mundo", escreveu.
"Presidente Putin, Rússia e Irã são responsáveis
 pela volta do
 'animal' Assad. Preço alto a ser pago. Abram
 a área imediatamente para atendimento
médico e investigação. Outro desastre humanitário
 sem qualquer razão", completou Trump.

Papa condena ataque

papa Francisco condenou, neste 
domingo (8), o uso de "instrumentos 
de extermínio contra a população" na
 guerra da Síria.
"Nada pode justificar isso", afirmou o
 papa na praça de São Pedro do Vaticano,
 momentos após celebrar uma missa do 
segundo domingo
 de Páscoa. "Chegam da Síria notícias
 terríveis, com dezenas de vítimas, muitas
 delas mulheres e crianças.
 Rezamos por todos os mortos, pelas famílias 
e pelos afetados", disse.
"Rezamos para que os responsáveis 
políticos e militarem escolham outro 
caminho, o da negociação, o único que
 pode levar à paz e não à morte e à 
destruição", afirmou o papa Francisco.

Ofensiva contra rebeldes

Forças do governo sírio retomaram na
 sexta (6) à tarde sua ofensiva contra 
Douma, cidade controlada por rebeldes,
 após uma trégua de dez dias entrar em 
colapso devido 
a um desacordo sobre a evacuação
 de combatentes da oposição.
A violência recomeçou dias depois 
que centenas de combatentes da oposição
 e seus parentes deixaram
 Douma em direção às áreas controladas 
pelos rebeldes
 no norte da Síria. Douma é a última
 fortaleza rebelde 
no leste de Ghouta.
Assad já recuperou o controle de quase toda 
a região, em uma campanha militar apoiada
 pelos russos que começou em fevereiro, 
deixando apenas Douma em mãos rebeldes. 
Após um período de calmaria de alguns dias, 
as forças do governo voltaram a
 bombardear Douma na sexta.

Ataques químicos

O suposto ataque de gás em Douma 
ocorre quase um
 ano após um outro ataque químico, 
também não confirmado, 
na cidade de Khan Sheikoun, no norte
 da Síria.
 Dezenas de pessoas morreram.
O presidente dos Estados Unidos, 
Donald Trump, 
chegou a ordenar uma ofensiva com 
mísseis contra uma base 
aérea síria.
Na época, os governos sírio e russo
 também negaram a autoria do ocorrido.
Um outro ataque químico no leste de
 Ghouta, em 2013,
 matou centenas de pessoas e foi
 atribuído às forças do governo sírio. 
Na ocasião, os EUA ameaçaram uma
 ação militar no país, mas recuaram.
A Síria nega ter usado armas químicas
 durante os sete
 anos de guerra civil e diz que eliminou 
seu arsenal 
químico em 2013, sob um acordo
 intermediado pelos 
EUA e pela Rússia.

FONTE: PORTAL G1

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