Mesmo com chuvas, maiores reservatórios do RN continuam com níveis muito baixos; veja fotos
O fim de semana que passou foi de alívio no interior do
Rio Grande do Norte. É que choveu forte em praticamente todas
as regiões do estado. Em 9 cidades, por exemplo, as precipitações
passaram dos 100 milímetros. Inclusive, quatro reservatórios da
região Oeste saíram do chamado volume morto – nome que se dá à
reserva de água mais profunda das represas. Porém, segundo o
Instituto de Gestão das Águas do Estado (Igarn), o nível de água
nas maiores barragens do estado ainda preocupa. Dividindo o
volume existente em quatro delas, a média não chega a 12%.
Veja AQUI fotos atualizadas de como está o nível de água nas
barragens Armando Ribeiro Gonçalves (em Itajá), Santa Cruz (Apodi),
Umari (Upanema) e Gargalheiras (Acari). As imagens são de
Bruno Andrade, Cassinho Morais, Renato Medeiros e Canindé Soares.
Previsão
O G1 perguntou ao Igarn se é possível prever quanto tempo de
boas chuvas é necessário para que estes grandes reservatório
retomem sua capacidade máxima. A resposta foi dada pelo
presidente do instituto, Josivan Cardoso:
"O Igarn simulou, através de dados de monitoramento e acompanhamento
, e foi possível mensurar que, se o inverno deste ano tivesse regularidade
média com chuvas constantes nas áreas de drenagens dos reservatórios,
poderia chegar a uma recuperação de 20% da situação. Entretanto, ainda
não foi possível ter mudanças significativas que apontem esta previsão.
Isso decorre da inconstância das precipitações, mesmo já tendo
ocorrido em alguns reservatórios uma recuperação mínima.
Sendo assim, o que se pode afirmar é que, havendo dois invernos
com acumulado pluviométrico médio nas áreas onde se encontram os
reservatórios, e estas chuvas sendo constantes, teria significância
positiva para uma recuperação de volume de água dos grandes reservatórios".
Armando Ribeiro
Maior reservatório do
Rio Grande do Norte e o segundo do
Nordeste, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves tem suas comportas
localizadas na cidade de Itajá, no Vale do Açu, e capacidade para 2,4
bilhões de metros cúbicos de água. Ela é responsável pelo abastecimento
direto de aproximadamente 40 cidades nas regiões Central e Oeste do estado.
Estava com 286,3 milhões de metros cúbicos no relatório do dia
28 de dezembro do ano passado, o que representava 11,93% do
volume máximo. Agora, de acordo com medição feita nesta
segunda-feira (9), o nível atual é de 315,7 milhões, ou seja,
13,16% da capacidade.
No dia 3 de janeiro, a barragem entrou em volume morto.
Foi a primeira vez que isso aconteceu desde sua
inauguração, em 1983.
Com as chuvas que acumuladas este ano,
o reservatório voltou a
receber água e melhorou a capacidade, saindo do
volume morto no
último dia 3. A situação, contudo, ainda é preocupante
segundo o Igarn.
Santa Cruz
A segunda maior barragem potiguar é a de Santa Cruz.
Fica em Apodi, na região Oeste do estado.
Ela tem capacidade
total de 600 milhões de metros cúbicos,
mas atualmente possui
pouco mais de 106 milhões de acordo com
monitoramento feito
nesta segunda-feira (9). O nível representa
17,77% do total.
Também na região Oeste fica a cidade de Upanema.
Lá está a Barragem de Umari, a terceira maior do estado.
A capacidade total é de 292,8 milhões de metros cúbicos,
mas o volume atual é de 42,2 milhões de metros cúbicos,
o que representa
um volume de 14,45% de acordo com a medição
feita no início desta semana.
Gargalheiras
Outra grande barragem do Rio Grande do Norte,
considerada por muitos a mais bela, é o
Açude Marechal Dutra.
Mais conhecido com
Gargalheiras, o reservatório fica no município de
Acari, distante 210
quilômetros de Natal, e faz parte da
bacia hidrográfica do
Rio Piranhas-Açu, tendo sido inaugurado em 1959.
O Gargalheiras tem capacidade para 44,4
milhões de metros cúbicos de água, mas atualmente
não possui sequer 1%
desta capacidade. Quase seca, a barragem
tem agora 19.5 mil
metros cúbicos de água, ou 0,04% de seu
volume máximo,
de acordo com medição feita na segunda (9) pelo Igarn.
Seca Histórica
A disponibilidade hídrica total do Rio Grande do Norte é de
4.411.787.259 metros cúbicos de água. Em 2011, devido ao bom
período chuvoso naquele ano, o índice chegou a 89,52% de
sua capacidade. Agora, após praticamente seis anos seguidos
de estiagem severa, o acumulado é de aproximadamente
613 milhões de metros cúbicos, o equivale a 13,94%de toda a
reserva disponível no estado.
Dos 47 açudes ou barragens monitorados pelo órgão, que
são os que possuem capacidade superior a 5 milhões de
metros cúbicos de água, 16 estão totalmente secos (34,04%)
e outros 19 em volume morto (40,42%).
Dos 167 municípios potiguares, 153 estão em calamidade por
causa da seca. Isso significa 92% do estado. Deste total, 15
cidades estão em colapso no abastecimento, ou seja, sem
água nas torneiras.
Em outras 84, a Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern)
criou sistemas de rodízio para garantir o mínimo de fornecimento.
E os prejuízos, segundo o governo, já passam dos R$ 4
bilhões por causa da redução do rebanho e do plantio.
Cidades em colapso
- Luis Gomes, desde outubro de 2011
- Tenente Ananias, desde agosto de 2014
- João Dias, desde novembro de 2014
- São Miguel, desde janeiro de 2015
- Pilões, desde março de 2015
- Rafael Fernandes, desde novembro de 2015
- Paraná, desde dezembro de 2015
- Francisco Dantas, desde fevereiro de 2016
- Marcelino Vieira, desde fevereiro de 2016
- Almino Afonso, desde março de 2016
- José da Penha, desde novembro de 2016
- Cruzeta, desde setembro de 2017
- Jardim do Seridó, desde outubro de 2017
- Messias Targino, desde janeiro de 2018
- Patu, desde janeiro de 2018
FONTE: PORTAL G1
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